Quase pari

Se eu não me engano foi essa a pergunta que você fez assim que tive bebê não é mesmo Ana Julia? No dia eu nao pude lhe responder pois ainda estava anestesiada quanto a alguns fatos que sucederam. A ferida ainda dói mas vou tentar verbalizar pra ti. A maternidade nasceu em mim quando eu nasci. Vinda de um parto hospitalar desassistido (o dotô estava dormindo) eu levei comigo a vida inteira o "peso" de ser tão independente até mesmo pra nascer. Sem analgesia, sem episio (famoso "cortezinho" que de "inho" em mim não teve nada), sem uma única intervenção, inclusive sem médico como citei. Assim eu nasci. De parto natural. Sabia que queria isso pra mim. Mais que casar... eu sempre quis parir. Engravidei. Perdi. Me frustrei. Sem saber engravidei de novo. E já com 10 semanas conheci o som pelo qual eu me apaixonaria pelo resto da vida: o tumtum mais acelerado que já ouvi. Parecia cavalos a galopar. Me acostumei com a ideia? Não. Não aceitei aquel...

Cá estou eu pela milionésima vez a tentar iniciar .. ou retomar... meu relato de parto. Trago dentro de mim a sensação de que para entender a grandiosidade da maternidade em mim é preciso uma viagem no tempo. Em 8 de maio de 1991 nascia no Hospital de Maternidade Santana em Guaraciba, Sara da Conceição, essa que vos fala. Com 4,100 kg e 51 cm de um PARTO NATURAL. Filha de Ana Aparecida Vigiano da Conceição e João Bosco da Conceição. Porque todas essas informações? Pois são elas que me defini. Sempre levei comigo o "peso" de ser tão independente. Até pra nascer. Conta minha mãe que para meu nascimento não foi preciso médico nem mesmo enfermeira. Quando o médico chegou do cochilo de um plantão noturno, foi apenas para cortar o cordão (imagino eu que a essa hora já havia parado de pulsar). Minha mãe teve três partos normais, porém tanto o primeiro como o último foram partos difíceis onde quase a levaram a óbito. Em ambos foram necessário o uso do fórceps. Apenas ...